quinta-feira, 29 de maio de 2014

Adversa

Minha plenitude 
Esbarra na insensatez

Sou completa
Confusa
Revirada
Em emoção

Não sou meio
Sempre extremo
Grita o peito

Único medo
Repulsa
Do reino

Não paro
Pairo
No certo
Ou errado

Minha incerteza
Seu desengano

terça-feira, 27 de maio de 2014

Júri Popular

Nosso instinto virou nosso maior inimigo 
Amar agora é crime hediondo

Réu não-confessa de coração pervertido
Condenada por homicídio amoroso

Nas grades da justiça moral
Me reinvento sem destino

Para juízes desse tribunal
Todo álibi é também bandido

domingo, 18 de maio de 2014

Completa

A inconsequência 
Não me tirou a verdade
O lado avesso
É também minha arte

Tudo o que digo
De mim faz parte
Nada do que sinto
É um mero standard

Sou pequena
Em universo
E poema

Juro amor
Repleto 
Sem metades

terça-feira, 6 de maio de 2014

Humanocida

Queria acreditar num mundo cor de rosa
Mas transformaram tudo em vermelho sangue
Quando só o que precisávamos outrora 
Era amar nosso semelhante

Pobres mortais limitados ao carnal 
Não sabem a eternidade do essencial 
Se apequenam às ilusões temporárias 
De orgulho e ambições arbitrárias

Que lhe tenham compaixão 
E exerçam o perdão 
Aqueles que são grandes 
Para esses ignorantes

Dentro da maldade 
Não há explicação 
“Fora da caridade 
Não há salvação”

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Singular

Dois mundos
Um fio
Se perde 
A sensatez
  
Ando de cá 
Pra lá 
Procuro 
Me encontrar

São obras    
E acasos 
Esboçados 
A nanquim 

Quem diz
Errado 
É ser 
Vazio 

O mar 
Ensina    
A navegar    
Sem cais 

O amor 
Revira 
Impensável 
No plural